sexta-feira, 24 de abril de 2009

I'M NOT A GIRL, NOT YET A WOMAN


Dentro de mim existem duas de mim. Uma ainda pequena, sonhadora e sorridente. A outra já cresceu, é realista e séria.
A menina usa trança no cabelo, roupas com desenhos coloridos, sapato de boneca. A mulher sobe no salto agulha, segue a moda, solta as madeixas.
A menina é atrapalhada, distraída, esquecida e confusa. A mulher é precavida, atenta, sabe dos seus compromissos, é decidida.
A menina é uma manteiga derretida, a mulher é mais forte que aço.
A menina sonha com o príncipe encantando. A mulher já evidenciou por A+B que ele não existe.
Enquanto a primeira dorme sozinha (esperando pelo tal príncipe), a segunda dorme de conchinha.
Enquanto a menina se ilude com qualquer palavra de afeto, a mulher sabe dizer não, sabe colocar um ponto final.
Ao enfrentar os problemas da vida, a mulher se apresenta, é firme, é batalhadora. Ao solucioná-los, a menina aparece, festeja, se alegra, chora.
A menina é moleca, brincalhona, malandra, esperta, inocente, a sua metade do coração é enorme e tem um carinho incondicional por tudo que a cerca, chega a ter ciúmes. A mulher é determinada, estudiosa, guerreira, observadora, a parte do coração que a pertence está dilacerado, luta para achar a tal luz no fim do túnel, mas não se desespera.
Me vejo na metade de uma estrada, não sei se ainda sou muito menina, não sei se já sou mulher demais. Tento ser mais mulher, sei que está na hora de agir com pulso firme, demonstrar toda inteligência, seriedade, maturidade. Mostrar que sou capaz de me virar sozinha, de tropeçar, cair e levantar mais forte ao invés de ficar chorando. De ser independente. Mas de repente, me vem aquela preguiça de menina, aquela vontade de não fazer nada, de deitar na cama, ouvir músicas, escrever, delirar. Há momentos em que não resisto a essa menina dentro de mim, ela chega com toda sua espontaneidade, sem papas na língua, sem o vocabulário requintado que a mulher teima em usar, me toma com toda a sua leveza. A menina é a metade que me faz sonhar, esquecer dos afazeres e ir dançar! Porém, no outro dia, a mulher fala mais alto, retoma as responsabilidades, as preocupações, se pune por não ter feito o que deveria no dia anterior. É tão perfeccionista que chega a ser chata. Ela não descansa.
Estou aprendendo que essa mulher se mostra cada vez mais aparente em mim, mais evidente, ela está se impondo, mas não posso deixar que ela me possua completamente. Tenho pela menina que cultivo, às vezes mais recatada, uma paixão incondicional e é ela que vai me levar onde quero chegar. A menina deve continuar sonhando para que a mulher siga concretizando esses sonhos. Um por um!

2 comentários:

Unknown disse...

adoreiiii.... a amiga vc é MARA... menina ou mulher!!! hauhauhauahua

Rejane disse...

O importante é dosá-las!!!Acho que tem conseguido!!!!!rsrs
Beijo!

Postar um comentário