terça-feira, 12 de outubro de 2010

DE BOA

Hoje eu estou tentando não pensar muito nos problemas. Sublimei, abstrai! Sei lá se é porque foi dia das crianças ou se fiquei sossegada demais no feriado prolongado, mas o fato é que, não estou muito preocupada com as picuinhas de uns e outros, ou com a possibilidade de algumas coisas não darem certo, com prazos para entregas, com as situações estressantes, tristes ou complicadas das vidas dos meus amigos e inclusive da minha própria e por ai vai.
Não que eu não me importe com essas coisas que supracitei, pelo contrário, sempre tento ajudar os outros, reconciliar pessoas, procurar compreender as reais intenções ou motivos dos posicionamentos dos indivíduos que me cercam para não ficar só com o que é aparente ou então a refletir sobre um possível segundo plano, por vezes até cogitar chorar e querer sumir.
Mas, hoje, sei lá... não quero pensar nas datas limite, nas tarefas, nos infortúnios dessa vida.
Além disso, passei a considerar outras maneiras de ver as coisas, continuei querendo auxiliar os amigos, mas já não vejo tudo como um grande problema, imaginei soluções mais práticas e racionais. Não tenho mais medo de dizer algumas verdades ou não ligar para tantas outras coisas. Talvez os fatos que me rodeiam já estejam se repetindo e eu esteja sabendo lidar melhor com eles, como disse, de uma forma mais racional. Talvez eu esteja mais madura. Talvez, seja apenas algo passageiro e sem sentido. Enfim... só sei que hoje eu to bem de boa, hein... Ok? Valeu!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

MELODRAMA


Porque quando estamos prestes a transformar nossas vidas de alguma maneira surge um medo estranho, que arrebata a gente e nos faz pensar que por mais que queiramos aquela mudança, será que conseguiremos sobreviver? Pode até ser em coisas pequenas, que não afetarão nossas vidas imediatamente, mas podem gerar resultados no futuro ainda assim temos medo?
Torcemos tanto para que a faculdade termine e nos tornemos profissionais de sucesso ou para que a mudança para aquela cidade dê certo, que a viagem saia como o planejado, que a entrevista seja ótima, que o casamento tenha acontecido com a pessoa certa e na hora certa, enfim... em vários momentos das nossas vidas nos deparamos com situações decisivas, que podem levar-nos para outro rumo. E então surge aquele medo, aquela angústia, aquela preocupação que nos corrói ao poucos. E se torna tão difícil não pensar, não questionar, não imaginar um plano B. Como é ruim sofrer por antecipação, e acho quase impossível não encontrar alguém que não tenha passado pelo mesmo. Em alguma hora, paramos para sofrer por antecipação, e não uso essa expressão aqui da forma mais radical, de sofrer realmente, ficando sem dormir de noite, mas, de uma maneira estável, sofrer por antecipação no sentido de parar para refletir sobre as conseqüências e as reais intenções de nossos projetos. Até mesmo um andarilho que vive sem rumo, em algum instante raciocina para onde vai, porque vai e os efeitos disso.
Entretanto, creio que eles, os medos, existam para que possamos nos direcionar e até acreditar em nós mesmos. As coisas podem não acontecer da forma que planejamos, porém, nos ensinam a tentar, aceitar os rumos da vida, talvez persistir mais uma vez, talvez criar outra alternativa, e por ai vai... E ele ta ali, nos dizendo: “estou aqui para você saber que essa é uma fase importante! Pense bem no que vai fazer e boa sorte!” Portanto, se as borboletas na barriga aparecerem, se o estômago virar, se começar a tremer, se chorar, se se estressar e gaguejar, ou até cogitar desistir, lembre-se: o medo não nos leva a lugar nenhum, a confiança sim!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

FREE TO GO!

Outro dia fiquei parada a pensar e a ler outras histórias de amor e dor por ai e cheguei a conclusão que estou livre! Sim, é a pura verdade! Me sinto perfeitamente em harmonia e disposta a recomeçar. Antes eu falava tanto em conhecer novas pessoas, alguém que me encantasse, me tirasse do sério e me fizesse sentir como uma garotinha de 14 anos e seu primeiro romance, mas talvez fosse da boca pra fora e eu não estivesse pronta para, de fato, recomeçar. Algo ainda me prendia ao passado, algo não me deixava “move on”. Porém, aconteceu que ontem ao ouvir uma música bonitinha sozinha de noite no carro eu percebi o quanto me sinto bem comigo mesma, all by myself, focando nas minhas coisas, nos meus medos, nas minhas angústias, nas minhas vontades, nos meus sonhos. Não que antes eu não o fizesse, mas agora isso tomou uma proporção tão maior que não sobra muito tempo pra pensar no “como seria se...”. Não tenho mais vontade de vê-lo no meio da madrugada ou de fugir no meio de uma tarde do fim de semana. Não, não tenho. Confesso (2) que às vezes bate uma pontinha de saudade e carência, mas logo passa, pois só de começar a pensar no que vem depois, na minha insatisfação, nos beijos sem graça e na falta de “passione” tenho certeza de que não vale mais a pena. Prefiro curar minha carência batendo um papo divertido e inteligente com algum pseudo pretendente pelo MSN (!), ou até mesmo assistir um filme mela cueca e querer estar no lugar da protagonista. Simples assim, o desejo de estar com ele foi passando, foi dando lugar a uma sensação de bem estar e de querer gostar de alguém plenamente de novo, com tudo que se tem direito. Não me culpo mais por ficar um sábado a noite em casa (antes parecia um martírio! Eu pensava: o que eu estou fazendo aqui? Poderia estar conhecendo outras pessoas!), afinal, eu simplesmente entendi que não adianta forçar uma situação, ficar perseguindo olhares até que resolva apostar em algum, ou insistir em tentar tantas vezes até que alguém mude. As coisas só acontecem quando está na hora certa e ai você pode estar em qualquer lugar (só não vá pensando que a felicidade vai bater na porta, né? Para tê-las precisamos mostrar aos outros que a queremos. É como escrever uma plaquinha na testa: quero ser feliz, quem topa vir comigo?) Agora sim, posso pensar em recomeçar, porque mesmo tendo tentado antes eu não estava realmente “free to go”, eu ainda me prendia a ilusão de um dia todo aquele fogo misturado com compreensão e parceria pudesse voltar, mas existem situações que não se repetem, pessoas que não se reencontra e vontades que não se realizam, apesar de imensos esforços. Então, e agora? E agora que eu espero que ele entenda e me deixe partir, assim como um humano libera um passarinho da gaiola. Por que vou te contar, é tão bom sentir o vento batendo no rosto!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

FRÁGIL

Adorei este texto de Caio Fernando Abreu.
Enjoy it!

"Frágil – você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse.(...)" (Caio Fernando Abreu)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

DEFINIÇÃO

"E ela não passava de uma mulher... inconstante e borboleta." Clarice sempre tão sábia, descrevendo minha vida, como se estivesse em mim. Estou em constante mudança, mas neste momento, estou em stand by, indefinida. Comecei a escrever outro texto sobre coisas que perderam a graça pra mim, mas ao mesmo tempo, tantas outras chegaram me deixando ainda mais curiosa e instigada. A inconstância me consome, as mulherzices me consomem, a liberdade pra voar, interagir e conhecer novos horizontes, me consomem. Enfim, viver me consome. Como uma borboleta que vive no máximo 24 horas tenho pressa de viver, e como uma simples humana tenho vontade que alguns dias passem devagar. Inconstante e borboleta: nada antes me definiu melhor.

domingo, 13 de setembro de 2009

ONTEM

Só tenho uma coisa a dizer baseada em uma música de Maroon 5!
If I never see your face again

Now as the summer fades
I let you slip away
You say I'm not your type
But I can make you sway

It makes you burn to learn
You're not the only one
I'd let you be if you
Put down your blazing gun

Now you've gone somewhere else far away
I don't know if I will find you (find you, find you)
But you feel my breath on your neck
Can't believe I'm right behind you (right behind you)

'Cause you keep me coming back for more
And I feel a little better than I did before
If I never see your face again, I don't mind
'Cause we got much further than I thought we'd get tonight

Sometimes you move so well
It's hard not to give in
I'm lost, I can't tell where you end and I begin

It makes me burn to learn
You're with another man
I wonder if he's half the lover that I am

Now you've gone...somewhere else...far away
I don't know if I will find you (find you, find you)
But you feel my breath on your neck
Can't believe I'm right behind you (right behind you)

'Cause you keep me coming back for more
And I feel a little better than I did before
If I never see your face again, I don't mind
'Cause we got much further than I thought we'd get tonight

Baby, baby
Please believe me
Find it in your heart to reach me
Promise not to leave me behind
(Promise not to leave me behind)

Take me down, but take it easy
Make me think but don't deceive me
Torture me by taking your time
(Torture me, torture me)

'Cause you keep me coming back for more
And I feel a little better than I did before
If I never see your face again, I don't mind
'Cause we got much further than I thought we'd get tonight
(Torture me, torture me)

Keep me coming back for more (Coming)
And I feel a little better (Back for more) than I did before
If I never see your face again, I don't mind
'Cause we got much further than I thought we'd get tonight

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

É DAS RUINS QUE ELES GOSTAM!

Recentemente, cheguei a conclusão de que homem gosta mesmo é de mulher ruim, que maltrata, que esnoba, que se faz de difícil. Essa teoria já percorria meus pensamentos a um certo tempo, contudo, eu ainda preferia ser boazinha, numa tentativa de que daquela vez, fosse finalmente dar certo, de que ele visse quão agradável era minha companhia, quão inteligente e amável eu era com ele, essas coisas que queremos ressaltar a cada encontro frustrado. E sim, eles notam tudo isso e até repetem no pé do nosso ouvido, porém eles não dizem o que mais esperamos ouvir, eles não dizem que querem ficar conosco, que querem levar o relacionamento adiante. E aí demoram pra nos procurar de novo. O fato é que: a gente não ganha nada sendo assim, tentando ser o gênio da lâmpada e realizando não apensa 3, mas vários desejos do ditocujo. Aliás, nós ganhamos sim, ganhamos um desprezinho básico quando mandamos uma mensagem e ele não responde, quando os vemos na balada e eles nem dão bola, quando mandamos milhares de email e nenhum deles voltam. Ou seja, quanto mais eles têm, menos eles querem. Sendo assim, o negócio é ser ruim. Mandou recadinho? Seja seca, responda somente o necessário e sem firulas, sem “beijinhos, me liga, estou com saudades”, e se quiser ser pior ainda, não responda. A mesma coisa serve pra quando ele ligar, finja não conhecer a voz, desanimada a saber que é ele que está do outro lado da linha. Se ele chegar em você na balada, tente não demonstrar interesse, seja a melhor na arte de se esquivar, mesmo que por dentro você queira se agarrar ao pescoço dele, demonstre superioridade ao mostrar que você pode muito bem viver, se divertir sozinha e até mesmo encontrar um outro alguém que a faça feliz por alguns minutos, e não tenha medo de ser cruel, vá até o fim, abuse do poder de sedução e se quiser ser a bruxa do conto de fadas por um dia, beije outro na frente do cara, com certeza isso vai o deixar furioso e com vontade de a ter por perto. Não vá pensando que ao fazer algumas dessas dicas ele vá comprar briga por ti ou sair correndo pros seus braços e ajoelhado pedir sua mão em casamento, pelo contrário, isso não mudará muita coisa na situação de vocês, mas posso afirmar por experiência própria, que esse comportamento coloca milhares de pulguinhas atrás da orelha do indivíduo, ele vai te ligar mais vezes, procurar estar perto de você nas menores oportunidades, e perceber que você não era apenas mais uma, mas sim, alguém importante demais para ser merecedora do pouco que sobrava, para servir de step nas horas ruins, essas coisas típicas de quem não sabe dar valor ao que vêm fácil. Se um dia vamos ouvir aquilo que queremos desses homens que tanto nos fizeram sofrer, é difícil prever, mas que podemos dar o troco, fazer eles sentirem uma pontinha do que sentimos, ah, isso nós podemos, e sem dúvida nenhuma, nossas armas são melhores que a deles.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

COISA POUCA

Eu preciso de alguém novo. E preciso AGORA! Um dia, quem sabe, eu pare de procurar, e talvez eu o encontre, mas por hora, eu quero e quero muito um indivíduo desconhecido pra mim. Tá difícil. Parece que vou enlouquecer e pra aliviar a insanidade eu fico criando teorias com explicações e comparações e observações e análises do porquê eu não o acho que no fim me deixam na mesma. AAAAAAHHHHH, SOCORRO!!!! Poxa, eu estou apenas a procura de algo simples. Ou seja, basta se vestir bem, me tratar devidamente da mesma maneira, me levar pra jantar nas datas importantes ou no meio da semana, não ser nem um pouco tapado, mas também não exageradamente tarado, inteligente na medida a me ensinar coisas novas, que possamos discutir assuntos atuais com seriedade, mas que também me faça rir com uma boa freqüência, que goste de viajar e de me acompanhar ao shopping, nunca me deixe pagar a conta e pode me dar um botão de rosas num dia inesperado, que não se esqueça de comprar meu chocolate favorito, de me surpreender um pouquinho a cada dia, além de saber escrever cartas razoavelmente bem, pois eu adoro uma pitada do antigo, e ah, pra acabar, é claro, se esforce pelos meus prazeres diários, e estes incluem tudo que presta e também o que não presta, seja bom nisso, garoto!
Tá tá, você vai dizer que eu estou sendo exigente demais né, que estou a procura da perfeição. Ok, é verdade, mas eu só quero o que é melhor pra mim, e quem disse que esse não pode ser você hein? É, pode vir, de mansinho, de supetão, de surpresa, como quiser, a casa é sua. Eu estou pronta, te esperando, o que você ta fazendo parado ai ainda? Vamos, mexa esse corpinho pra cá! “Alguém novo”, chega logo, vai!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

REPLAY

Recentemente, tenho analisado as histórias que meus olhos têm cuidadosamente visto e meus ouvidos têm escutado de uma maneira já calejada; e parando pra pensar, está tudo muito igual: os caras aparentemente certos que habitam essas histórias nunca estão verdadeiramente disponíveis, seja por causa de um caso antigo, de um objetivo de vida, por confusões sentimentais e até mesmo pela distância e falta de credibilidade no sentimento amor, por outro lado, os caras aparentemente errados estão por aí a solta, passando a nossa frente a todo momento desfilando aquele sorrisinho safado e aquela cantada marcada, mas que a gente sempre cai, afinal, não tem nada melhor pra fazer né... e é pensando desse jeito que esses caras errados continuam cometendo erros e desafiando nossa paciência, alguns ainda ganham espaço e entram em nossas vidas como que querendo alguma coisa, deixando a gente caidinha, para que com o passar dos meses você descubra que tudo não passava de noites escondidas na cama dele, de jantares pseudo românticos, de palavras meio sentimentais, de olhares mais ou menos apaixonados, e por fim, vocês eram apenas isso mesmo, um amontoado de meias coisas que não deu em nada. E todo mundo tem narrativas como essas, e por isso, eu tenha estado tão crítica, tão incrédula. Talvez por estar dessa maneira eu não tenha realizado que é assim mesmo: independente de quem for, sempre terá alguma coisa que não bate, algum caminho que não se encontra, alguma palavra que não soa bem. Soa triste, e tenho estado triste também ao ver tantas situações pela metade, tantos corações partidos na mesma novelinha adolescente, tanta esperança jogado ao vento. E tudo que se tem a dizer é: é a vida.

ESTAFA

Estou numa fase de estafa, lendo muitas coisas, gostando de tantas outras e não conseguindo me expressar por nada nesse mundo. O que há errado nesses dias frios e chuvosos que congelam também minha criatividade? Seja lá o que for, ainda bem que existe gente que não paralisa como eu e continua escrevendo coisas interessantíssimas. Aqui vai uma delas, mais uma vez do blônicas.zip.net. Aproveitem!

CONFESSIONÁRIO.
De Bianca Rosolem.

Honestamente, quando eu não precisava mentir para me sentir confortável com minhas ambições, eu podia aceitar o fato de que ele não era próximo de meus desejos mais íntimos.
Realmente distante, como galáxias e universos. Velocidade da luz mesmo, milhões de anos. Cada um em um canto da existência que não se compreende em ciência alguma.
Sem atrativos físicos, por vezes chato e irritante, ainda assim ele era divertido. Apesar de fingir grande excitação quando não a sentia, eu suspirava e fechava os olhos. Não preciso de muitas preliminares e de foda interminável. Eu sempre preferi a coisa rápida e intensa. O único instante de minha vida no qual nada penso. Não penso. Só depois, com o cigarro aceso, percebo: Algo aconteceu.
Porém, eu acredito que ele gostava de toda uma cena, de horas ali, entra e vai, e eu entediada pensando na próxima posição, aborrecida, cansada de gozar. Rezava para ele logo terminar seu exercício de narcisismo. “Meu falo é tão controlado, tão controlado”... Logo, era um chato.
Terminado, o ar pesado e o corpo amolecido, ele permanecia deitado, descansando comigo, cúmplice, com um abraço cuidadoso. Algum tempo depois se levantava devagar, deslocando-me a um canto da cama. De certo presumia que eu dormia de exaustão da maratona sexual que ele havia me proporcionado. Eu fingia esse mérito também, para então ouvi-lo assobiar tímido no chuveiro.
Ele retornava ainda molhado e me beijava leve para um despertar. Eu nunca dormia ou sonhava, mas fazia um olhar sonolento. Eu acendia um cigarro e, com a cabeça apoiada em suas coxas, olhando para seu rosto, pedia: Faça-me nova em outra história.
E ele então poderia ficar por horas dizendo tantas coisas sobre alguém que ele nem tão bem conhecia ou deveria. E esse alguém tinha o meu jeito de despentear os cabelos e também passava batom sem mirar-se no espelho. A minha heroína que ele sonhava era feliz, corajosa, honesta e conquistadora. Ela não tinha tantas dívidas na gaveta, ou remédios no armário do banheiro. Nem bebia tanto Martini barato. Era champanhe em linda taça, que refletia todo seu brilho em meus olhos, e então eu ficava tão bonita que ele dizia que me amava. Fogos de artifício e música se ouviam, e o mundo girava lentamente ao nosso redor.
E ele muito contava de todas essas vidas que éramos nós em lugares que nem sequer no mapa eu conhecia, e emoções que eu já ressentia eram vivas e também esperanças e pôr-do-sol e sorrisos.
Eu cansava, acredito que era culpa da realidade barulhenta que subia até nossa janela nas madrugadas. Sirenes, cusparadas e discussões baratas. Ainda assim, permanecia admirando-o e cantava alguma música triste em minha cabeça observando o movimento de seus lábios sonhadores.
Eu já não mais poderia ouvir.
Só deixava meu corpo sentir a vibração de sua voz.
Um dia eu voaria.

sábado, 15 de agosto de 2009

PARA OS SOLTEIROS

Hoje é dia dos solteiros! Como se comemora essa data? Me sinto um tanto acoada com essas inúmeras comemorações da modernidade, principalmente com esta. Ok, existem coisas que somente aos solteiros é permitido fazer: sair de segunda a segunda, beijar quem quiser, não dar satisfações de sua vida a ninguém, não se estressar, não planejar seu futuro baseado em outra pessoa, não mudar de planos por essa outra pessoa. Enfim, ser solteiro tem várias vantagens. Agora, comemorar esse estado civil é um pouco deprimente, na minha opinião. Tem horas que realmente preferimos estar solteiros, precisamos de um tempo para nós mesmos, mas, no fim, passamos nossos dias a procura de alguém para dividirmos cada momento, alguém companheiro (a), alguém perfeito pra você independente dos defeitos. Então, curtam a solteirice, cada regalia que ela nos proporciona, porque em algum instante, isso irá mudar. Cada coisa no tempo certo, no lugar certo.

Uma música a la solteirice pra curtir:
Single (Natasha Bendingfield)

I'm not waitin' around for a man to save me
(Cos I'm happy where I am)
Don't depend on a guy to validate me
(No no)
I don't need to be anyone's baby
(Is that so hard to understand?)
No I don't need another half to make me whole

Make your move if you want doesn't mean I will or won't
I'm free to make my mind up you either got it or you don't

[Chorus:]
This is my current single status
My declaration of independence
There's no way I'm tradin' places
Right now a star's in the ascendant

I'm single
(Right now)
That's how I wanna be
I'm single
(Right now)
That's how I wanna be

Ah yeah Uh Huh that's right

Don't need to be on somebody's arm to look good
(I like who I am)
I'm not saying I don't wanna fall in love 'cos I would
I'm not gonna get hooked up just 'cos you say I should
(Can't romance on demand)
I'm gonna wait so I'm sorry if you misunderstood

[Chorus]

Everything in it's right time everything in it's right place
I know I'll settle down one day
But 'til then I like it this way it's my way
Eh I like it this way

Make your move if you want doesn't mean I will or won't
I'm free to make my mind up you either got it or you don't
'Til then I'm single

This is my current single status
My declaration of independence
There's no way I'm tradin' places
Right now a star's in the ascendant

"TODO MUNDO TÁ FELIZ? TÁ FELIZ!!!"


Já que minhas amigas blogueiras estão transbordando felicidade, soltando rojões de alegria por motivos diversos, venho através deste compartilhar um pouco desse sentimento gostoso com elas e com o mundo.
Parabéns aos felizes. Aqueles que se mantêm dessa maneira, que tropeçam, caem e mesmo assim continuam a sorrir, aqueles que sabem que mesmo o pior desastre pode trazer grandes ensinamentos, aqueles que não se deprimem por qualquer cara feia, que vivem cada momento como se fosse o último. Temos milhões de razões para ser feliz. Cada um vê felicidade onde acha mais conveniente, o que interessa é ter o que ou quem e porque se alegrar. Viva essa coceirinha, essa mágica, essa vontade de viver, de gritar e dizer: Eu sou feliz! Bom, eu sou, e você? Vem, se junte a nossa “tchurminha”!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

JOGANDO A TOALHA

Eu desisto! Sinto informar a mim mesma que eu definitivamente desisto. Não sou de deixar para trás meus objetivos e nada que eu queira em minha vida, e quase sempre, essa perseverança tem dado certo. Entretanto, as tentativas de ficar com ele já me desgastaram ao ponto de não acreditar em mais nada que venha dele. Entendi que não posso reduzir minhas oportunidades de felicidade amorosa a espera do milagroso dia em que ele voltará plenamente para mim. Não posso e já não mais quero. Antigamente, ainda acreditava na possibilidade de um final feliz, de uma segunda, ou seria quarta, quinta, décima sétima chance? Porém, hoje, na proporção em que os fatos chegam até mim, sinto que não devo persistir. Já havia me superado, fui mais forte do que um dia pensei que fosse capaz ao não me entregar a investida barata com a qual estava acostumada. Comecei a me habituar com a ideia de não mais querê-lo. E a partir desse dia, enxerguei que é assim que tem que ser: chega de misturar as coisas, os sentimentos, as vidas, chega de brincar! E é melhor desse jeito, cada um no seu canto, vivendo os momentos que se lhe são pertinentes. Um dia a gente até pode se encontrar, se esbarrar pelas esquinas do mundo, mas, por enquanto, e esse por enquanto inclui uma longa fração de tempo, eu prefiro a distância. E do fundo do meu coração eu espero que ele não me procure, não me ligue mais, não entre novamente em meu caminho como um ladrão que invade uma residência na calada da noite. Cansei de ser vítima de alguém que não sabe distinguir seus próprios sentimentos, que não sabe se decidir, que prefere não se arriscar, que vive às sombras de um passado que ele teima em nomear como presente e que pensa que pode ter tudo a qualquer momento, e que suas atitudes e intenções são sempre as melhores. Quem sabe eu esteja errada, afinal, quem sou eu para julgar os sentimentos alheios, pra saber o que se passa pela cabeça e pelo coração de outra pessoa? Só posso dizer sobre a minha pessoa, que, neste momento, pede paz. Se vocês o virem por ai, avisem-no que estou fechada para balanço, que meu celular foi roubado, que mudei de casa, que tranquei a faculdade, que mudei de país, que fiz milhões de mudanças radicais e já não sou a mesma mulher, nem por fora, e muito menos por dentro. Quanto tempo vai durar essa desistência, essa falta de esperança, essa caída na realidade, ou seja lá que nome isso tem? Não posso responder, mas rezo para que a saudade e as lembranças me deem força de vontade e coragem para perdurar essas palavras. Adios!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

COMO VOCÊ ESTÁ BONITA HOJE!

Quanto mais eu vivo, mais me surpreendo com o poder feminino de se “enfeiar”. Há mulheres que não conseguem entender o poder de um jeans justo, de uma combinação básica entre cores e estilos. Mulher que é mulher, que se gosta e não quer perder o parceiro, obviamente, se arruma bem. Claro, que algumas vezes não há porque subir no salto para ficar em casa, ou se você sabe que não vai agüentar as bolhas durante o passeio, mas pelo menos colocar uma roupa que valorize o que você tem de melhor, é fundamental. Não estou dizendo que mulher tem que se embonecar a cada passadinha do namorado por sua casa, se assim fosse, as casadas precisariam ter uma maquiagem com duração infinita, cabeleireiro 24 horas e um shopping dentro do guarda-roupa. Porém, quando for sair com o seu bofe, por favor, meninas, se arrumem! Essa é a regra básica de um relacionamento duradouro. Ser elegante é um dom, e não há homem que não goste de uma mulher bem arrumada, pois, afinal, todos eles gostam de se gabar pela mulher que mantêm a seu lado, gostam de ser invejados e com certeza adoram ouvir a frase: “ela é muita areia pro seu caminhãozinho” e devem amar dizer e acreditar que: “nossa, mas tudo isso é pra mim?” Isso deve dar a eles uma moral incrível. Contudo, quem sai ganhando somos sempre nós mesmas, ou seja, mesmo que ele canse de te elogiar, você sempre será elogiada pelos outros, ou pelas outras, e isso dá uma super massageada no ego, o cara vai, obviamente, se sentir muito mais confiante com você ao lado, e conseqüentemente, sempre vai te querer por perto e com medo de que outros se aproximem de você. Entretanto, não exagere, você pode sim ficar de moletom em casa quando não está nos seus melhores dias, deve ficar despenteada na hora do sexo, não se preocupar se ele vai gostar ou não do chinelo que você adora, porque homem também gosta de saber que a mulher dele não é cheia de frescuras, que não vive só de aparências, que pode ser sensual até de meias com shorts e que ele gosta de você pelo que você é e não pelo que veste. Mas isso, sem dúvida alguma, deve permanecer dentro de casa, fora dela, se torne a mais invejada das mulheres! Não seja brega, não seja vulgar, não exagere e muito menos pense que só porque ele está com você, ele será seu pra sempre e por isso você não precisa mais agradá-lo. Pelo contrário, pra manter o cara na sua, orgulhoso da garota com quem está, esteja o mais linda possível. Garotas, fica a dica: você pode até repetir a roupa, ela não precisa ser de grife ou a mais cara, mas precisa ser bonita, precisa cair bem em você, estar de acordo com o lugar onde você vai, as peças devem ter harmonia entre si e a deixar elegante de acordo com o seu estilo, assim, não há homem que resista.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

REALIDADE

Algumas pessoas gostam de ter coisas, terras, bagagens,outras pessoas. Ficam seguras. Mas, tudo isso pode ser tomado. E no fim, a única coisa que você possui é a sua história. Outras pessoas acreditam que sem história nossas vidas se resumem a nada.
Em algum momento todos nós temos que escolher: Damos um passo para trás e ficamos com o que sabemos ou damos um passo adiante em algo novo? É difícil não ser atormentado pelo passado. Nossa história é o que nos faz ser o que somos, o que nos guia. Ela anda em círculos, vai e volta, vai e volta. E então temos que recordar que às vezes a história mais importante é aquela que estamos construindo hoje.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

A ESPERA DE UM MILAGRE


Se o mistério anteriormente éramos nós, mulheres, o que pensávamos, o que sentíamos e porque exigíamos tanto, agora a história se inverteu. Compreender o mundo feminino é tarefa simples, quase que praticamente decifrada pela humanidade. Já descobriram a TPM, os hormônios, as nossas carências, já está provado que chocolate nos anima e que um dia de compras no shopping nos desestressa. Somos sim, às vezes meio malucas e indecisas, mas isso passa, e no fundo toda mulher procura a mesma coisa: um homem que a escute, diga que ela é linda e dê a ela alguns prazeres senão diários, ao menos semanais. Pedir que sejam fiéis e não mintam já é querer demais, né.. E é aí que começa o problema: os homens estão cada vez mais complicados de se entender. Quando a gente sede as investidas na primeira noite, somos fáceis demais e todos outros nomes de baixo calão inventados para o mesmo significado; se demoramos uns dias mais, fazemos um charme, é porque estamos enrolando, somos difíceis e marrentas. Se ligamos e mandamos mensagens, somos grudentas, pegamos no pé, se não o fazemos somos frias e calculistas ou meramente interesseiras. Se não transamos depois de algumas semanas somos santinhas, chatas ou caretas, se vamos ao motel nos primeiros encontros somos pervertidas ou adjetivos ainda piores. Se dizemos “Eu te amo” somos muito sentimentais, se dizemos “Não te quero” somos cruéis. Se não damos bola, eles correm atrás, se corremos atrás, eles fogem. E quando nos esforçamos para fazer a coisa dar certo, nos entregamos, o relacionamento começa a se tornar recíproco o sujeito tem a capacidade de ainda assim se confundir; vem com o famoso papinho de que não sabe se é realmente isso que deseja, que precisa de tempo para pensar, que não quer se envolver. Meu filho, não desperdice assim o tempo de uma mulher! Qual o medo da raça masculina com a palavra amor? O pior é quando ele diz que a ama, contudo não pode ficar com você agora, mas que você é encantadora, perfeita e sorte do homem que namorar contigo. Orra, desde quando o indivíduo acha o pote de ouro no fim do arco-íris e simplesmente o ignora?
Por que eles somem e reaparecem nas nossas vidas como um truque de mágica? Por que quando eles nos vêem felizes, fazem questão de infernizar? Por que eles só fazem o que é conveniente a eles? Por que nunca param para pensar no que sentimos, por que não se importam? Por que têm medo de um novo relacionamento? Por que uma mulher bem resolvida os intimida tanto? Por que alguns vivem presos ao passado? Por que outros sequer enxergam o futuro ao lado de uma garota? Por que eles pensam mais com o corpo do que com o coração? Afinal, o que eles querem, o que os faz agir dessas maneiras estranhas?
Essas respostas e o porquê eles são tão complicados não há TPM e nem hormônio que explique. Quem sabe um dia os médicos descubram as causas e facilitem a nossa vida como facilitaram a vida deles. Fé na ciência, mulherada!Ou então viveremos a espera de um milagre!

terça-feira, 30 de junho de 2009

APENAS AMIGOS?

A minha amizade é muito importante pra você? Baby, você está careca de saber que amizade entre nós não existe. Pelo menos não só ela. Ambos sabemos que por trás de todo esse discurso de “pode contar comigo pro que precisar”, ou “apesar de tudo ainda quero sua amizade”, existe um fundinho de malícia e segundas intenções, nem que for pra saber se o outro está sozinho, encontrou alguém ou continua com a mesma pessoa de antes. Acredito sim em amizade entre homens e mulheres. Porém, no nosso caso isso é o maior papo furado, a maior desculpinha esfarrapada pra fazer uma coisa que não precisa de desculpas: entrar em contato, querer saber da vida, de como se anda, do que o outro faz, ou pra simplesmente não deixar o outro te esquecer. É um contato do tipo: “Oi, ainda estou vivo e lembro de você, por isso vim aqui pra você se lembrar de mim também!” Oras, diga logo que não quer que eu te esqueça e que precisa de notícias minhas porque detestaria descobrir que de repente não fazes mais parte dos meus pensamentos. Confesso que também odiaria perceber que não estou entre seus pensamentos ou nem nas suas lembranças. Mas pelos visto, ainda estou, né? Obrigada por querer saber de mim, e o mais importante: por eu ainda ter um espacinho na sua memória e quem sabe até no seu coração, mesmo que seja na pontinha dele quase saindo pelas veias. Ok. Já enviou seu alerta de “pense em mim”. Agora, além de tudo isso vamos ser francos, não me venha com essa de amizade. Eu sei muito bem o porquê desse contato inesperado, você deve estar tramando alguma. Quer me ver? Quer que eu escute seus problemas mais uma vez? Quer um abraço, um beijo, um amasso? Quer saber se continuo solteira? Seja sincero! Diga logo o que quer, quais as intenções por trás desse recadinho em que você ousou em escrever a palavra “saudade” sem talvez sequer senti-la de verdade. Só não espere que eu corresponda todas as suas vontades ou responda todas suas perguntas e menos ainda que eu diga coisas bonitas sobre ti, massageando seu ego ou que nas minhas respostas você veja lágrimas escorrendo. Ah, e mais uma coisa: não repita os erros de antes, não me ignore, pois quando EU quis saber de ti, você nem se pôs a me responder. Sorte sua que eu não levo tudo a ferro e fogo. Sorte sua, meu “amigo”!

domingo, 28 de junho de 2009

QUANTO MAIS EU REZO...

É sempre assim: todas as noites deito a cabeça no meu travesseiro e rezo, agradeço pela boa vida, por mais um dia, pela família e amigos e por fim, faço um pedido. Mas o cara lá de cima adora teimar comigo né, ele gosta de colocar mais aventura no meu cotidiano.
Quando eu penso que está tudo uma calmaria só aparece uma surpresa diferente. Pra falar a verdade, eu admito que sou fã delas, gosto de ser surpreendida, só que a maré não está pra peixe na minha vida, principalmente no quesito “relacionamento com o sexo oposto”. Vivo pedindo pra Ele mandar alguém especial pra preencher aquele espaço que está vazio a certo tempo, aquele tipo de pedido que todos que não quererm ficar mais solteiros fazem, independente pra quem seja, contudo, não sei o que acontece, se é olho gordo, corpo fechado, macumba... seja lá o que for, não estou com sorte – se é que isso tem alguma coisa a ver. Preciso me benzer, andar com um trevo de quatro folhas, figa, pé de coelho, galho de arruda atrás da orelha, esta que, aliás, anda constantemente vermelha, e vocês sabem o que isso significa, não? Será que meus pedidos não chegam completos até o céu? Será que o caminho entre minha cama e o trono do Homem sofre alguma interferência? Ou será que simplesmente não sei aproveitar as oportunidades? Não, não pode ser, eu até me esforço bastante... Brincadeiras a parte, faço meu último pedido via internet, numa tentativa de que as ondas que fazem esse instrumento funcionar sejam mais eficazes que minhas rezas diárias; é o seguinte: Ei, moço ai do céu! É, você mesmo que sabe de tudo e é responsável por tudo. Dá um tempo, vai! Estou cansada dessa rotina de surpresas que já tem destino certo: o fundo do poço, me encher de esperanças e vontades e depois me afundar com uma pedra amarrada ao pescoço cheia de desilusões e decepcionada.
Acho que vou parar de pedir, afinal, quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece. Limito-me a agradecer, além da minha última prece ali nas linhas acima, a partir de agora o Senhor que planeje o resto sozinho, não vou mais palpitar.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

THINKING OF YOU

Como pode alguém fazer tão mal e ao mesmo tão bem assim? Não consigo entender porque as razões que me prendem a você são mais fortes do que as que me ajudam a te esquecer. Tem horas que acho que me libertei, nem penso em sua existência, sinto-me livre para alçar novos horizontes, mas é você aparecer pra eu me afligir e tentar esconder a ansiedade e o medo, abaixar a cabeça para que meu olhar não encontre o seu.
Porém, me fazes imensamente contente quando lembro o tempo bom que compartilhamos, aquele que com certeza ninguém mais dividiu com você com tamanha intensidade. Intensidade de sentimentos, de paixão, de calor, de companhia constante. Pode passar o tempo que for, podemos nos relacionar com outro alguém por anos que nada se comparará com aqueles dias. A alegria que fizeste explodir em meu coração, o conforto do seu abraço e a tranqüilidade do nosso dia-a-dia foram essenciais para que pudéssemos aproveitar melhor cada momento daquele mundinho particular que criamos. E pode ter certeza que nós fomos o que melhor aproveitamos. Rimos muito, nos ajudamos muito, aprendemos bastante e até.. choramos muito.Não tem explicação o porque minha boca sorri devagarinho quando essas cenas voltam à minha mente. E sinceramente, eu adoro relembrar a bolacha que você colocava em cima da mesa depois das refeições pra eu comer porque sabia que eu não vivia sem minha dose de chocolate, eu adoro relembrar o modo como me chamava para te fazer companhia à mesa porque não gostava de comer sozinho, a maneira como você criticava meu vício pela cor rosa, o jeito que você dizia que eu era mentirosa porque não correspondia fervorosamente aos “I like you” que você dizia, as brincadeiras de cócegas e de correr pela casa fugindo dos personagens que você incorporava pra me fazer rir, as conversas durante a madrugada, as músicas traduzidas, as tentativas de fotos decentes, os esconderijos e disfarces, as aventuras e loucuras, o cobertor rosinha no sofá da sala, o vinho na varanda, as lições de culinária, a sua ajuda ao abrir a torneira enquanto eu lavava a louça, as surpresas pelas manhãs, e por ai vai... Você foi meu porto-seguro quando tudo se tornou difícil, pude experimentar o gosto breve da perfeição.
Infelizmente, esse tempo bom não durou pra sempre, e hoje, essas lembranças chegam a mim acompanhadas de um nó na garganta, vou engolindo a saudade e fugindo das más recordações que o depois me remete. Um depois cheio de mágoas, de palavras soltas sem pensamento prévio, de encontros casuais recheados de traição, pena, saudade, angústia, dúvidas, pequenas discussões, grandes pecados e algumas mentiras. Não soubemos respeitar o que vivemos e agora agimos na base de provocações. Que lástima, meu querido, que lástima! Não queria que fosse assim, não queria ter medo de te encontrar como já mencionei, não queria precisar me esforçar para esquecer e ainda assim sentir sua falta três vezes por semana.
Não adianta, nossa passagem um pela vida do outro é algo marcante e irreversível, entretanto, as mancadas que demos deixaram algumas rachaduras no telhado que construímos juntos. Só peço que o tempo seja generoso com nossa memória para que quando formos bem velhinhos consigamos ser seletivos à respeito do que realmente é necessário guardar no coração.

terça-feira, 23 de junho de 2009

DEPOIS DAQUELA VIAGEM

Todos sabem que viajar é preciso, faz bem pra mente, pra alma e nos enche de boas recordações. Mas na minha vida repleta de viagens aqui e ali, houve uma que marcou mais que todas, uma que jamais esquecerei. Foram três meses de muitas conquistas, de muitas alegrias, de muitas loucuras. Três meses nos quais foi bom sentir o ventinho da liberdade batendo no rosto, soprando boas energias que me rodeavam a todo momento. Um trimestre onde o aprendizado era constante. Até nas horas difíceis onde a saudade de casa apertava e conviver com as pessoas diferentes ao lado já se tornava algo cansativo, ainda assim eu aprendi. Aprendi que nada melhor que colo de mãe, comida de avó e o apoio do avô, aprendi que se relacionar com pessoas diferentes é necessário, mas também desgastante e que é fundamental respeitar a história dos outros. Aprendi a enfrentar meus medos e a me virar sozinha, certas vezes, completamente sozinha. Sentir-se independente, responsável por ter a roupa e a casa limpa, responsável por não passar fome, por usar meu dinheiro da maneira que me fosse mais adequada, responsável pela minha vida, e por fazer daqueles dias os mais rentáveis possíveis em vários sentidos. Nesse tipo de viagem não se conhece apenas um país novo, belas paisagens, um novo idioma, se conhece a essência de pessoas de diversas partes do mundo e se percebe que dentro de um mesmo país há muita diferença. Conhecemos um novo tipo de vida, que no começo parece fácil, mas que se não mantermos a cabeça no lugar, perdemos o controle. Contudo, apesar de tantas obrigações e deveres, tantos horários desregulados, tanta responsabilidade repentina, não houve um momento em que me arrependi. Como eu sei que não me arrependi é simples: a saudade é o melhor demonstrativo de que algo valeu a pena. Saudade das pessoas, que com certeza, não poderiam ter sido melhores, as mais alegres, mais companheiras, as que festejam mais e por isso eram mais amigos, inseparáveis, a melhor surpresa que eu poderia encontrar. Saudade das compras, das viagens, das festas, das loucuras. Como era bom pegar o carro e viajar para lugares antes inimagináveis, era bom discutir a respeito de onde visitaríamos primeiro, era bom perder o avião, era bom saber que cada um tinha um gosto diferente e por isso precisávamos fazer escolhas. Era muito prazeroso chegar no fim do dia de trabalho e saber que na casa ao lado ainda tinha uma big party a nossa espera. Era bom dormir de manhã cedo e acordar no meio da tarde, ver o dia clarear da janela da sala, saber que a praia estava logo ali e eu não precisaria viajar horas para chegar até ela, era simplesmente pegar a bicicleta e seguir reto, perceber a magia da vida a cada por do sol aclamado por salvas de palmas. Foi bom viver de maneira inusitada, comer mal, experimentar comidas e bebidas horríveis, quase ser atropelada, cair de bicicleta, pular a cerca da piscina, burlar regras, realizar várias tramóias, levar broncas, fazer barulho, muito barulho!
Hoje, nada mais é igual depois daquela viagem. Carrego em mim as lembranças de dias felizes que não voltam mais, no meu peito há um buraco enorme, uma saudade imensurável. Não quero voltar, seria impossível que as coisas se repetissem da mesma maneira, e que bom que é assim! Esses sentimentos de falta e satisfação misturados demonstram que os momentos foram únicos. E que momentos!...