quinta-feira, 25 de junho de 2009

THINKING OF YOU

Como pode alguém fazer tão mal e ao mesmo tão bem assim? Não consigo entender porque as razões que me prendem a você são mais fortes do que as que me ajudam a te esquecer. Tem horas que acho que me libertei, nem penso em sua existência, sinto-me livre para alçar novos horizontes, mas é você aparecer pra eu me afligir e tentar esconder a ansiedade e o medo, abaixar a cabeça para que meu olhar não encontre o seu.
Porém, me fazes imensamente contente quando lembro o tempo bom que compartilhamos, aquele que com certeza ninguém mais dividiu com você com tamanha intensidade. Intensidade de sentimentos, de paixão, de calor, de companhia constante. Pode passar o tempo que for, podemos nos relacionar com outro alguém por anos que nada se comparará com aqueles dias. A alegria que fizeste explodir em meu coração, o conforto do seu abraço e a tranqüilidade do nosso dia-a-dia foram essenciais para que pudéssemos aproveitar melhor cada momento daquele mundinho particular que criamos. E pode ter certeza que nós fomos o que melhor aproveitamos. Rimos muito, nos ajudamos muito, aprendemos bastante e até.. choramos muito.Não tem explicação o porque minha boca sorri devagarinho quando essas cenas voltam à minha mente. E sinceramente, eu adoro relembrar a bolacha que você colocava em cima da mesa depois das refeições pra eu comer porque sabia que eu não vivia sem minha dose de chocolate, eu adoro relembrar o modo como me chamava para te fazer companhia à mesa porque não gostava de comer sozinho, a maneira como você criticava meu vício pela cor rosa, o jeito que você dizia que eu era mentirosa porque não correspondia fervorosamente aos “I like you” que você dizia, as brincadeiras de cócegas e de correr pela casa fugindo dos personagens que você incorporava pra me fazer rir, as conversas durante a madrugada, as músicas traduzidas, as tentativas de fotos decentes, os esconderijos e disfarces, as aventuras e loucuras, o cobertor rosinha no sofá da sala, o vinho na varanda, as lições de culinária, a sua ajuda ao abrir a torneira enquanto eu lavava a louça, as surpresas pelas manhãs, e por ai vai... Você foi meu porto-seguro quando tudo se tornou difícil, pude experimentar o gosto breve da perfeição.
Infelizmente, esse tempo bom não durou pra sempre, e hoje, essas lembranças chegam a mim acompanhadas de um nó na garganta, vou engolindo a saudade e fugindo das más recordações que o depois me remete. Um depois cheio de mágoas, de palavras soltas sem pensamento prévio, de encontros casuais recheados de traição, pena, saudade, angústia, dúvidas, pequenas discussões, grandes pecados e algumas mentiras. Não soubemos respeitar o que vivemos e agora agimos na base de provocações. Que lástima, meu querido, que lástima! Não queria que fosse assim, não queria ter medo de te encontrar como já mencionei, não queria precisar me esforçar para esquecer e ainda assim sentir sua falta três vezes por semana.
Não adianta, nossa passagem um pela vida do outro é algo marcante e irreversível, entretanto, as mancadas que demos deixaram algumas rachaduras no telhado que construímos juntos. Só peço que o tempo seja generoso com nossa memória para que quando formos bem velhinhos consigamos ser seletivos à respeito do que realmente é necessário guardar no coração.

1 comentários:

Rejane disse...

É Juju, não é que rendeu um texto mesmo! Um bom texto, diga-se de passagem!

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