domingo, 28 de junho de 2009

QUANTO MAIS EU REZO...

É sempre assim: todas as noites deito a cabeça no meu travesseiro e rezo, agradeço pela boa vida, por mais um dia, pela família e amigos e por fim, faço um pedido. Mas o cara lá de cima adora teimar comigo né, ele gosta de colocar mais aventura no meu cotidiano.
Quando eu penso que está tudo uma calmaria só aparece uma surpresa diferente. Pra falar a verdade, eu admito que sou fã delas, gosto de ser surpreendida, só que a maré não está pra peixe na minha vida, principalmente no quesito “relacionamento com o sexo oposto”. Vivo pedindo pra Ele mandar alguém especial pra preencher aquele espaço que está vazio a certo tempo, aquele tipo de pedido que todos que não quererm ficar mais solteiros fazem, independente pra quem seja, contudo, não sei o que acontece, se é olho gordo, corpo fechado, macumba... seja lá o que for, não estou com sorte – se é que isso tem alguma coisa a ver. Preciso me benzer, andar com um trevo de quatro folhas, figa, pé de coelho, galho de arruda atrás da orelha, esta que, aliás, anda constantemente vermelha, e vocês sabem o que isso significa, não? Será que meus pedidos não chegam completos até o céu? Será que o caminho entre minha cama e o trono do Homem sofre alguma interferência? Ou será que simplesmente não sei aproveitar as oportunidades? Não, não pode ser, eu até me esforço bastante... Brincadeiras a parte, faço meu último pedido via internet, numa tentativa de que as ondas que fazem esse instrumento funcionar sejam mais eficazes que minhas rezas diárias; é o seguinte: Ei, moço ai do céu! É, você mesmo que sabe de tudo e é responsável por tudo. Dá um tempo, vai! Estou cansada dessa rotina de surpresas que já tem destino certo: o fundo do poço, me encher de esperanças e vontades e depois me afundar com uma pedra amarrada ao pescoço cheia de desilusões e decepcionada.
Acho que vou parar de pedir, afinal, quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece. Limito-me a agradecer, além da minha última prece ali nas linhas acima, a partir de agora o Senhor que planeje o resto sozinho, não vou mais palpitar.

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