segunda-feira, 18 de maio de 2009

A BEAUTIFUL MESS

E ali estavam eles novamente se escondendo do mundo como se naquele lugar estivessem protegidos de tudo que os rodeava, como se estivessem fazendo algo errado, e de fato estavam, por várias razões aquilo não era certo. Mas, era incontrolável. Era como se juntos aliviassem suas dores e por algumas horas esquecessem seus problemas, era como se o aconchego do abraço que davam curasse todas as dores, era como se fosse sempre a última vez. Sempre a última vez até não agüentarem mais e correrem um atrás do outro a procura de mais uma chance, a procura do corpo, das mãos, dos gestos que ambos sabiam interpretar, mas que aos poucos iam se esquecendo e precisavam se lembrar, não podiam deixar aquele fogo morrer, aquele sentimento, cujo ambos nem sabem mais o que é, adormecer. Um precisa do outro claramente, eles são como imãs, pólos negativos que se atraem mesmo sem querer. Eles têm noção que fizeram uma enorme bagunça na vida um do outro, e que essa bagunça é irreversível, que jamais haverá alguém igual, alguém com tamanho poder, alguém com tanta habilidade para adivinhar o que se passa pela cabeça, alguém que conhece cada defeito, cada qualidade. Os dois reconhecem que saem de si quando estão ali, presos na doce caverna que improvisaram, pegos pela armadilha do desejo, da vontade de se ver, da vontade de poder dizer tudo aquilo que já se sabe de cor, mas que é agradabilíssimo ouvir de novo, descobrir que muitas coisas não mudaram, que pode passar o tempo que for, quando estiverem ali estarão arrumando um pouquinho da bagunça que deixaram, estarão juntando as partes do quebra-cabeça que é a relação que criaram, para depois irem cada um pro seu canto mais uma vez, como uma criança que cansou de brincar e desmancha todo desenho formado pelo encaixe perfeito das peças. Assim, eles passam os dias confiando ao destino o rumo de suas vidas, esperando que ele escolha a hora e o lugar certo para que eles não precisem mais se esconder, porém, o rumo do próximo encontro no esconderijo das lembranças eles mesmos fazem questão de providenciar.

2 comentários:

Rejane disse...

como são doloridos estes encontros...e despedidas!

Cotidiano Imundo disse...

Obrigado que bom que gostou vai melhorar ainda rs o seu tbm ótimos textos bejo..

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